Moraes e campanha de Bolsonaro atribuem às rádios função de baixar e veicular propagandas

O ex-secretário da Comunicação da Presidência, Fábio Wajngarten, que fazia parte da campanha de Jair Bolsonaro (PL), destacou a obrigação das emissoras de rádio e televisão em veicular as propagandas eleitorais enviadas pelas campanhas políticas ao pool de emissoras indicado pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE) e incluí-las em sua programação. Essa afirmação foi feita durante uma entrevista à Jovem Pan no dia 26. No dia seguinte, o presidente do TSE, ministro Alexandre de Moraes, também fez uma declaração semelhante, ressaltando que não é responsabilidade da Corte distribuir mídias de televisão e rádio, nem fiscalizar a transmissão das rádios.

Wajngarten enfatizou que as rádios, em conformidade com a legislação eleitoral, têm a obrigação de baixar o material e incluí-lo em sua programação. Ele salientou que isso é um dever das rádios, que recebem compensação tributária pelo horário que deixam de comercializar para veicular a programação eleitoral gratuita.

O ex-secretário também assegurou que a área de mídias da campanha de Bolsonaro confirmou a entrega de todo o material publicitário ao pool de emissoras responsável pela geração e distribuição do sinal das propagandas. Ele esclareceu que não é responsabilidade do TSE fiscalizar a veiculação, mas sim das campanhas, e que a campanha de Bolsonaro contratou duas empresas de fiscalização publicitária, estando em negociação com uma terceira.

Essas declarações surgiram após o ministro das Comunicações, Fábio Faria, denunciar que a campanha de Bolsonaro teria tido menos inserções em emissoras de rádio no Nordeste do que seu adversário, Luiz Inácio Lula da Silva (PT). Em resposta, Moraes negou o pedido de investigação sobre as inserções nas rádios, sugerindo que a campanha de Bolsonaro poderia estar agindo para “tumultuar” as eleições. Bolsonaro anunciou a intenção de recorrer para que o caso seja investigado.

A propaganda eleitoral gratuita nas emissoras de rádio e televisão no segundo turno das eleições de 2022 começou em 7 de outubro e encerrou-se no dia da entrevista, 27 de outubro. O TSE organizou um “grupo único” de emissoras, sediado em Brasília, responsável pela distribuição do conteúdo. O pool é composto por representantes dos principais canais de comunicação do país. O TSE esclarece que a gravação e envio da propaganda para o pool são responsabilidades dos partidos políticos, e a fiscalização da transmissão é incumbência dos partidos e das coligações.

Reguladores da UE ampliam investigação sobre publicidade digital do Google

Os reguladores antitruste da União Europeia ampliaram a investigação sobre o negócio de publicidade digital da Alphabet, controladora do Google, assumindo o processo da Autoridade da Concorrência Portuguesa (AdC) sobre o mesmo assunto. Enquanto a Comissão Europeia iniciou sua investigação em junho de 2021, a AdC abriu sua própria investigação apenas em maio deste ano.

A AdC informou que a autoridade da concorrência da UE assumiu seu caso em 27 de julho, considerando o alcance e o impacto do problema em questão. Até o momento, o Google não respondeu a um pedido de comentário.

A investigação da AdC concentrou-se no mercado de servidores de anúncios, que permite que os editores gerenciem o espaço publicitário em seus sites e o vendam por meio de leilões ou acordos com anunciantes. A AdC afirmou que há indícios de que o Google utilizou informações não acessíveis aos concorrentes em leilões de anúncios online para favorecer a si mesmo, possivelmente limitando o surgimento de tecnologias concorrentes e envolvendo outros comportamentos restritivos da concorrência.

Em 2020, o Google obteve uma receita de US$ 147 bilhões com anúncios online, destacando-se como a empresa líder global nesse setor, com anúncios, incluindo pesquisa, YouTube e Gmail, representando a maior parte de suas vendas.

Com combustível caro, motoristas de app nos EUA transformam carros em outdoor

Quando Duana Malcolm decidiu envelopar seu sedã Hyundai Sonata com um anúncio publicitário, ela não imaginava que poderia ganhar um extra de US$ 200 por mês. Malcolm faz parte de um grupo crescente de motoristas de aplicativo nos EUA que buscam fontes adicionais de receita para compensar o impacto do aumento nos preços dos combustíveis, em meio ao pico da inflação no país em quatro décadas.

“Não é algo que mude completamente minha vida, mas sei que vou receber esse valor todo mês pelos próximos cinco meses, e isso alivia minhas preocupações”, disse ela, que opera nas regiões de Miami e Fort Lauderdale. Malcolm optou pelo envelopamento do carro com anúncios fornecidos pela empresa Carvertise.

Motoristas podem receber pagamentos variando de US$ 100 a US$ 600 por mês, dependendo do anúncio e da duração da campanha, além de poderem obter bônus de US$ 100 a US$ 200 por outros tipos de anúncios.

A Carvertise, que remunera motoristas para exibirem anúncios impressos em adesivos, relatou um crescimento mensal entre 8% e 13% no número de usuários nos últimos três meses, superando suas expectativas. “Ao enveloparem seus carros com os anúncios de nossos clientes, os motoristas de aplicativo transformam seus veículos em outdoors móveis e são remunerados pelo que já estão fazendo: dirigir”, explicou Greg Star, co-fundador da empresa.

Os interessados devem instalar um aplicativo, registrar-se na plataforma para participar de uma campanha e, em seguida, a empresa seleciona motoristas com base na área-alvo do anunciante e nos padrões de direção do motorista. Tanto a Carvertise quanto a concorrente Wrapify afirmam ter milhares de motoristas de aplicativo registrados, com clientes anunciantes que incluem empresas como EA Sports, 7-Eleven e escritórios de advocacia locais.

Mercado publicitário avança e supera patamar anterior à pandemia, mostra pesquisa

Em 2021, o mercado publicitário brasileiro movimentou cerca de R$ 69 bilhões em compras de mídia, conforme revelado pela pesquisa da Kantar Ibope Media. Esse resultado representa um aumento de 29% em relação a 2020, ano marcado por restrições significativas devido à Covid-19, quando o investimento total no setor atingiu R$ 49 bilhões. A notícia mais destacada no estudo é que o setor não apenas se recuperou dos impactos da pandemia, mas também superou os níveis prévios ao surto.

Comparado a 2019, o ano de 2021 apresentou um crescimento de 16%. A diretora da Kantar Ibope Media, Viviane Vela, observa que, mesmo com alguns reflexos da pandemia na economia, as empresas retomaram os investimentos em comunicação, após um período de cortes em 2020.

A pesquisa aponta que mais de 90% do total em compra de mídia foi realizado por 15 segmentos da economia, com destaque para serviços ao consumidor (20%), comércio (19%) e setores financeiro e securitário (10%).

Pela primeira vez em sete anos, o setor de comércio não liderou o estudo, conforme compilado pela Kantar Ibope Media. Um aspecto relevante da retomada no mercado criativo é a entrada de novos anunciantes, com um aumento de 22% em relação a 2020 e 47% comparado a 2019.

Empresas como TikTok, Shopee e Cornershop foram destacadas entre as que mais investiram em publicidade em 2021. O mercado também redirecionou recursos para inserções que foram impactadas pelas limitações de movimentação durante a pandemia, com um crescimento notável de 39% nas campanhas em mobiliários urbanos, como painéis digitais, relógios de rua e outdoors.

A pesquisa “Insider Advertising” também avaliou a recepção do público às campanhas. Em 2021, 70% dos espectadores afirmaram estar atentos aos anúncios das marcas, um aumento de 10 pontos percentuais em relação a 2020. Além disso, quase metade dos brasileiros consideraram a publicidade na tomada de decisão de compra.